quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

NA BOLÍVIA, SANTOS PERDE UMA SÉRIE DE GOLS E LEVA CASTIGO NO FIM

Os 45 minutos iniciais do Santos na Libertadores não poderiam ser mais eletrizantes. Toda a prometida correria do The Strongest, aproveitando a altitude de 3.660m acima do nível do mar, se confirmou. Mas não só com rapidez, como também com um jogo técnico e de inúmeras finalizações. Parecia regra para os bolivianos: abriu, bateu.Neymar Santos x The Strongest (Foto: EFE)

Desde o apito inicial até o último sopro do árbitro, o jogo seguiu em ritmo alucinante. Justamente o que o "Tigre" queria. Apesar de criar várias oportunidades, o Santos aceitou a condição do adversário e caiu na armadilha dos bolivianos. Em ambos os lados, todas as principais jogadas de ataque passavam pelos pés dos dois cérebros dos times: Paulo Henrique Ganso e Pablo Escobar. Não por acaso, os dois vestem a camisa 10 em seus respectivos times.

Sempre na canhota dos dois meias, a partida se desenvolvia. Tanto que antes de o Peixe abrir o placar, Escobar já havia ameaçado duas vezes. O The Srongest, porém, foi punido pela falta de pontaria. Novamente em jogada ensaiada da dupla de gênios do Santos, convocada para a Seleção Brasileira, saiu o gol, aos nove minutos. Ganso repetiu a jogada realizada contra Palmeiras e Botafogo-SP, achou a cabeça da joia, que escorou livre para bela defesa de Daniel Vaca. No rebote, Henrique não perdoou.

O tempo foi passando, e com ele as chances dos dois lados aumentaram. Em casa, o Tigre queria dar uma resposta para a torcida e tinha maior volume de jogo. Depois de muito martelar, a equipe chegou ao empate. E com justiça. Após Neymar perder ótima chance, em cruzamento de Borges, Soliz, sempre aberto pela direita, cruzou rasteiro. A bola percorreu toda a extensão da grande área até encontrar os pés do meia Cristaldo, que só completou para o gol: 1 a 1, aos 33. Antes do intervalo, ainda houve tempo para Neymar, em vão, fazer boa jogada e quase recolocar o Peixe na frente.

Jogo segue eletrizante, e Tigre vira no fim

A tônica do segundo tempo começou parecida com a do primeiro: correria dos dois lados e jogo aberto, com muitas chances de gol. Pablo Escobar, sempre ele, criou as melhores chances para o The Strongest, na maioria das vezes finalizando de fora da área. Usando o fator casa, o Tigre abusou das "tabelinhas" com os gândulas. Por duas vezes, a equipe criou lances de perigo após repor rapidamente a bola no campo, pegando a defesa do Peixe desprevenida.

Na segunda delas, Rafael vacilou. Daniel Vaca cobrou tiro de meta rápido e pegou a defesa santista toda aberta. A bola ganhou força e iria para as mãos do camisa 1, convocado para a Seleção. Ele tentou dominar no peito e perdeu. Parada aproveitou, mas foi derrubado pelo santista, que só levou amarelo.

O Alvinegro só voltou a ameaçar quando Muricy substituiu Ibson por Elano. O camisa 8 entrou muito bem e iniciou duas ótimas jogadas santistas. Na primeira, Neymar driblou o goleiro Vaca, tabelou com Ganso e finalizou, mas teve seu gol evitado por um zagueiro. Na segunda, novamente Neymar, recebendo passe primoroso de Ganso, o melhor do Peixe em campo, finalizou cruzado para fora.

Foi então que o meia teve a grande chance de se redimir da fase ruim e sacramentar a vitória, mas derpediçou. Neymar enfiou a bola do jogo para Elano que, com tempo para pensar, parar a bola e finalizar, carimbou o travessão.

A partida seguiu eletrizante até os momentos finais, provando o bom condicionamento físico do Santos. As chances continuaram a surgir. Parecia incrível como um ataque com tantos jogadores de qualidade não conseguia colocar a bola no gol boliviano. Numa circunstância dessas, um empate já seria ruim. Derrota? Só no pior pesadelo.

Mas foi o que aconteceu. Já aos 45, num lance de escanteio, Pablo Escobar cruzou na cabeça de Rodrigo Ramallo, que completou para a rede. Bolivianos em festa, santistas desesperados. Os 3.660m de altitude não influenciaram, mas o Santos não pode ficar vulnerável desta forma e perder tantas chances como desperdiçou. Se quiser reconquistar a América, o Peixe precisa usar o castigo que tomou no fim como lição.

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